UK e Irlanda de carro

Pesquisando-se, tudo dá certo. Por que seria diferente com a terra da Rainha? Ah, o volante fica do lado do passageiro, verdade. Mas eles dizem que o nosso é que está errado…
Depois de ler algumas experiências em blogs, livros, sites, finalmente esquematizamos o grande barato que é andar por aquelas ilhas de carro.

Partimos de SP com destino a Londres no começo de setembro de 2011. Lá, curtimos a cidade por 4 dias hospedados no padronizado e bem localizado Hotel IBIS Earls Court. Sem decepção, só não exija nada além do padrão IBIS. Vantagem desse hotel é a localização perto do metro, rede de ônibus, além de um pub nas dependências para atender a preguiça depois de um dia à toa na cidade. Na rua tem comércio, outro PUB (Prince of Wales) e mercadinhos. O que mais precisa?

Nem preciso dizer que na capital Inglesa o carro é absolutamente desnecessário; tráfego complicado e caro (paga-se pedágio pra circular na zona central).
De mala e cuia, alugamos o carro (Kia Venga, bem simples, mas automático) na Hertz do Aeroporto Heathrow com destino a Liverpool. A reserva foi feita aqui do Brasil, só prestem atenção pra solicitar a exclusão do CDW e LDW. Geralmente a bandeira do cartão paga esses seguros.

As estradas são tranquilas e bem sinalizadas. Dirigi a noite, com sol, chuva, em vias desertas, com trânsito, interditadas, e tudo correu na maior paz e tranquilidade… Ok, tá certo, eu confesso: Em duas oportunidades entrei na contra mão, mas corrigi rapidamente com a ajuda da minha atenta copilota (item imprescindível ao guiar na mão-inglesa).

Em Liverpool, novamente nos hospedamos na rede IBIS, dessa vez com uma localização imbatível, bem em frente ao Albert Dock (um cais recuperado usado pra abrigar, restaurantes, baladas, roda gigante, hoteis, lojas). Caso não tenha vaga, fique no ainda mais simples Formula1, mesmo edifício com acesso diferente.
Além da história dos Beatles, Liverpool tem uma série de atrações (catedral anglicana, parques, arquitetura, excelentes restaurantes, música), ficamos 3 dias.

De volta pra estrada, puxamos um caminho longo até Edimburgo, na Escócia. Local de história e povo acolhedor, com castelos pra todos os lados. O interessante é que a cidade serve de base pra inúmeros tours. Com certeza, voltaremos pra desfrutar principalmente da região sul. Fizemos o bate e volta (sem carro) até as Highlands e Lago Ness – incrível, região nos deu lindas fotos. O hotel escolhido foi o Novotel Edinburgh Centre (2 níveis acima do IBIS na escala Accor), mudança de qualidade consideravelmente sentida. Localização excelente, ao lado de PUBs e do Castelo de Edimburgo.

Na sequência, depois de 4 noites (ficaria umas 15), partimos rumo a Dublin, o trecho mais desafiador da viagem, já que tínhamos que atravessar o Mar da Irlanda.
Pelas pesquisas, a cidade de partida seria Troon, com balsa para Larne - Irlanda do Norte (ainda UK). Passagens compradas pelo site e tudo pronto pra zarpar!

Não!

O tempo estava terrível, muita chuva e ventos malucos. Mesmo assim, chegamos ao porto de Troon bem cedo, por volta das 8:30hs. O local estava vazio, sem uma alma, nada (provavelmente todo Reino Unido sabia que não tinha navio, menos nós).
Ok, os funcionários extremamente prestativos indicaram o porto de Stranraer e lá fomos nós, tranquilos, rumo sul, para, finalmente, fazer a travessia com saída às 13:30hs, sem qualquer custo adicional. A companhia, diante do mau tempo, optou por utilizar somente este segundo porto, bem maior e mais seguro.
A organização assusta. Filas pintadas no chão, pessoal sinalizando, tudo orientado. Entregamos o voucher impresso no hotel e pronto! Estamos estacionados dentro do imenso navio, agora, rumo a Belfast.

Assim que estacionado o veículo, os ocupantes devem se dirigir para o interior da embarcação. Tudo muito grande, com lanchonete, lojas, salas de TV, salas pra roncar, salas pra caminhoneiros, salas e salas.
Minha mulher não tomou o estabilizante de enjoo mais conhecido como dramin. Resultado: o mar fazia com que tudo balançasse. As pessoas, já acostumadas, liam seu jornal, navegam na internet (tem que pagar) e nem aí, e nós com aquele olhar de "essa porra vai virar". Portanto, se geralmente passam mal com qualquer tipo de movimento fora do normal, levem doses cavalares pra travessia do Mar da Irlanda.

Em Belfast, o tempo estava aberto, lindo, virada corriqueira durante toda viagem, principalmente na Escócia. Tranquilos, passeamos até pegar a estrada sentido Irlanda / Dublin. No caminho tem um pedágio (toll plaza – que não é um shopping) que se paga em Euro (até ali só usamos libra), a uma máquina. Daí a importância de se ter alguns trocados em moeda (pagamento expresso, sem funcionários, diferente do Brasil).
Chegando em Dublin, direto pro Grand Canal Hotel com localização um pouco mais afastada, dava uns 15' andando até a Trinity College.

Dublin respirava rugby, pois estávamos no meio da copa do mundo. Além disso era Arthur's Day Guinness.  Foram litros e mais litros de cerveja.
O tour pela cervejaria é outra obrigação, mesmo pra quem não bebe a pretinha… vá de taxi porque fica um pouco longe. Outra dica é comprar ticket da Guinness Storehouse pelo site e evitar longas filas.

Depois de mais 4 dias em Dublin, fomos cruzar o mar novamente, agora bem mais calmo. Fizemos a rota Dublin-Holyhead, a mais curta, mas mesmo assim pegamos o navio mais rápido (recomendo) pra evitar novos enjoos. O tempo de travessia, valores, tudo, está nos sites das respectivas cias. Usei a P&O Ferrys e Irish Ferries, mas nesse site tem todas as informações inclusive de outras empresas.
Outra dica é, se possível, comprar os tikets com boa antecedência, pelo site mesmo. Economizarão uns trocados.

De volta pra ilha da Bretanha, fomos rumo a Stratford Upon Avon, mais conhecida como a cidade de Shakespeare, encravada na região de Cotswolds. Tudo por lá é perfeito, com um grande volume de turistas e seus ônibus (não chega a incomodar) nos finais de semana.
As casas do escritor e de sua família foram reconstruídas. Durante a visitação, funcionários e atores interpretam peças de Shakespeare e nos explicam detalhes de sua vida.
Fiquem pelo menos 2 dias pra conhecer melhor a cidade. Hospedamo-nos no BEST WESTERN GROSVENOR HOTEL, localização aqui é detalhe, tudo é próximo. O atendimento no hotel não é dos melhores, mas as acomodações são sensacionais.
Até procurei um hotel mais rústico estilo fazenda em outras cidades, bem comuns e recomendados para quem faz a Cotswolds, mas estavam lotados.

Era nossa última parada, com 5 noites, e tínhamos de visitar outras vilas nos arredores. Essa região é maravilhosa, cheia de história (pra variar) e cidades esquecidas no tempo. Castelos, feiras livres, antiguidades, igrejas e restos da idade média espalhados em campos verdes cheios de ovelhas. Basta pegar o carro e se embrenhar nas estradas, que por sua vez são um atrativo. Trilhas, bikes, trekking, paisagens de cinema, enfim, a natureza também entra nos pontos altos desse cantinho da Inglaterra.

Por fim, voltamos pra Londres, direto pro Aeroporto, numa viagem curta, tranquila a não ser pelo trânsito da chegada à capital. E logo vimos a correria inerente de uma grande cidade ...que vontade que deu de pegar o primeiro retorno e voltar pro pub.

Resumo das dicas da aventura: qualquer roteiro na Cotswolds é espetacular, importante é tentar visitar algumas das cidades mais famosas como Stratford upon Avon, Bourton-on-the-Water, Bath, Chipping Campden, Broadway; mentalize o tempo todo que você dirige na esquerda e ultrapassa pela direta; nesses trechos dentro do Reino Unido tem postos de gasolina bem estruturados, você coloca combustível e depois paga na loja de conveniência fornecendo o n° da bomba "pump"; o tempo muda sempre, leve guarda-chuva; dentro da balsa, fique atendo quando chegar ao destino, não enrole para voltar até o carro, todos saem juntos e rapidamente da embarcação; pra facilitar alugue um carro com câmbio automático (trocar marchas com a mão esquerda deve ser impossível); dê preferência antes de entrar nas rotatórias "roundabout" (elas têm sentido horário), depois permaneça na direita (parte de dentro) e só volte pra esquerda quando chegar sua saída – eles respeitam, e muito essa regra –, se não entendeu aprenderá tomando buzinada; cuidado pra não matar nenhum pedestre; tráfego oposto vem sempre pela sua direita, evite colisões quando não houver ilhas nas pistas; sua mente vai se acostumar, acredite; estacionar foi, no geral, fácil. Todos os hotéis citados tinham estacionamento, alguns grátis, outros com valores irrisórios.

Comentários

Anônimo disse…
Adorei as dicas sobre como dirigir no Uk! Obrigada!

Postagens mais visitadas deste blog

Angico Rubinéia

Caldas Novas é a terra de Cocoon?

Rota Romântica Alemanha